Hoje eu fui pegar o meu óculos novo, já que meu grau aumentou e eu tô tchipo quase cega (zagero, ok).
Tô puta. Até agora não consegui me adaptar com esse troço. Tô achando que o cara da ótica tava querendo me sacanear e fez um óculos com 30 graus em cada lente. Se eu ficar mais cega ainda, vou voltar lá e metralhar todo mundo - incluindo o puto do oftamologista, que vai ver botou o grau errado (é um complô, gente, eu sei).
Essa coisa de óculos novo me fez entrar em elucubrações profundas sobre os meus - agora - quase dois graus de miopia (sem contar os de astigmatismo, que nem conta mesmo). Tava pensando na minha vida sem miopia. Tipo se eu operasse. Ok, o grau é baixinho, nem rola operação. Mas se de repente aparecesse uma fada e me deixasse enxergando pra caramba. Ou até se eu passasse a usar lente de contato, vai.
Engraçado que a ideia me deixou meio desesperada. Te juro; acho que gosto de não enxergar muito bem de vez em quando. Tem coisas que só um míope pode ver. A maioria das coisas fica mais bonita - ou menos feia - com uns graus de miopia. Inclusive eu. Aliás, deve ser por isso que eu me acho tão baranga de óculos.:F
Além do que, acho que ver as coisas de maneira menos nítida me deixa mais voltada para o meu self-inner-I. Você abstrai o mundo e fica lá, viajando na maionese. É bom poder tirar os óculos.
Naquele filme, Janela da Alma, tem um depoimento do Win Wenders (diretor de cinema xarope) que eu achei super legal quando ouvi. Ele diz que não gosta de lente de contato porque gosta de ver com as molduras dos óculos - gosta de ver com restrição. Concordei na hora. Sim, doeu, mas eu concordei com o Win.
Leitor, não é despeito. Não é fuga da realidade. Não é complexo de Édipo. Não são tendências psicopatas. Vai ver é só costume, mesmo.:T
Reenvio
Há 7 anos